quinta-feira, 31 de março de 2011

nauseada...




A náusea em sentido geral, é uma sensação de enjôo sobre um estado de coisas.
Me sinto quase sempre em náusea. Sou humana, penso com os sentidos e por isso enjôo.
O enjôo não vem de uma comida com gosto ruim ou um cheiro desagradável.
Um filósofo que muito admiro considerado o fundador do existencialismo escreveu seu primeiro
romance literário e filosófico intitulado - "A Náusea". Escrito sob a forma de diário íntimo, o autor constrói seu romance a partir dos sentimentos e da observação de ações a principios banais, mas que é uma tentativa de explicação para este estado de sensação que sentimos muitas vezes.  É sabido que por vezes, nossa existência parece não ter sentido algum, ou seja, a gratuidade e ilogicidade da existência, parece está desprovida de essência. Por vezes, assim como o personagem criado por Sartre, beiramos a loucura, tal é a nudez existencial a que nos dispomos.
Parece discurso de filósofo maluco ou dos espiritualistas perguntar: Por que afinal de contas estamos aqui? Qual o sentido de nossa existência? De onde viemos? Para onde vamos? Por que fazer ingações sobre algo que aparentemente não tem resposta imediata e se tem, fica no plano metafísico e a-histórico dos moralista. A ideia da existência de uma árvore passa a ser gratuita e absurda como qualquer outra existência e o absurdo reside no próprio fato de existir, isto é, torna-se um absurdo à medida que se existe, pois a existência é desprovida de uma lógica que a fundamente. Por isso parecemos condenados ao nada. O nada no sentido de que, se tivemos uma origem nele à ele estamos condenados a medida que existimos e nos conflituamos com todas as náuseas existenciais.
Desta forma, sendo seres históricos não existe nenhuma entidade que justifique ou guie nosso futuro, muito menos nosso presente.
Mas, se não temos um guia ou uma promessa de futuro mutilado por uma instância superior ficamos desorientados. Neste sentido, muitas críticas são suscitdas sobre o filosofar de Satre, Nietzsche ou mesmo Shopenhauer.  O fato é que à existência estamos condenados...

Defesa "bendita"?



As relações entre sujeitos, me faz pensar sobre algumas coisas e umas delas é o discurso!
A comunicação oral  dizem por air  ser o primeiro passo para a defesa de ideias que, ligeiramente
falando, são aquelas na qual é defendido o justo, a verdade, o correto!
Dentro desta pespectivas é defendido àquilo que os sujeitos utilizando da
própria linguagem entende como a busca da verdade.
Sabendo que a ética, a moral são instrumentos de defesa e ataque dos indivíduos, percebe-se que estamos em uma grande arena, onde o leão mais bem trabalhado, domesticado para tal defesa, provavelmente mostrará aos outros que conseguiu sua fassanha: a VERDADE.
O leão é entendido aqui como aquele que chegou no mais alto topo e assim conquistará os demais
com sua força, pelo discurso!
A questão é que fomos treinados desde a Grécia antiga sobre como convecer os demais daquilo
que é dito atráves de uma palavra e outra (temos uma figura célebre: o filósofo Sócrates). Assim, a questão em pauta não é se o que é defendido possui um caráter justo, correto, coerente, mas que seja tão bem articulado e adornado a ponto de retardar a ideia dos demais. Temos como prova de tais defesas o discurso de legisladores ou mesmo em pequenas assebléias de grupo. O problema é bem maior  quando pensamos em termos de linguagem. Sabemos da complexidade das linguas no mundo e os embates entre o naturalismo e o convencionalismo para desdobrar àquilo que as pessoas defendem como "aquilo que é, é" Aquilo que não é, não é". E nisto as pessoas vão se perdendo encontrando no outro tolhido, a estaca para amparar seus discursos vazios, porém cheios de "encantos" já que busca-se o justo e o bem-viver para seus pares.

terça-feira, 29 de março de 2011

Tentando dizer a mim mesma...






Os dias claros...
 tão claro que te sufoca.
Estes dias são frequentes,
contínuos...
quase sempre cansados!
Quem dera meus dias obscuros...
aqueles que tão bem me fazem...
aqueles que a muito não os vejo!

Os sígnos, sempre nos enganando...

sempre apontando um "algo" que não se encaixa
e que portanto, parecem não fazer parte do mundo...
Os dias claros  sempre lógicos...
Os dias em que acordo e com clareza sei


cada passo a dar...


cada coisinha a fazer...


cada conto...

 
cada ponto...
 Quase sempre sou grega...

filha de Heráclito sempre...
não consigo pôr os signos em uma fôrma...

Consigo beber um vinho sem forma...

Ver um filme que não entendo...
Ler o que muitas vezes entendo, mas...


a dúvida?
... companheira de dias obscuros

e temorosos... e por isso intensos....


Consigo beber um corpo...
comer um corpo...
As palavras agora se vão..
não consigo pôr formas agora...








segunda-feira, 28 de março de 2011

A Vagina - "Feminina"


Certa vez, me peguei lendo umas entrevistas que não me são habituais, essas massificadas do mundo PoP.
Fiquei a pensar sobre o que determinada cantora falou: "Prefiro não fazer sexo, pois sinto que atráves dele
arrancam-me a arte, minha criação."

Segundo a cantora, seu modo de criar é tirado de sua vagina. Confesso, fiquei impressionada! Quanto poder tem a vagina desta criatura!!

A sociedade arcáica criou uma nova roupagem do atual, mas muito dos valores ainda arcáicos predominam. Percebi que essa criatura tem um tanto de razão. Expressões como: "A mulher tem o poder embaixo da saia." Ela possui entre as coxas, o ceú e o inferno." E assim, vamos alimentando esses ditados ainda tão alimentados pela sociedade arcáica-atual.

Tem um filme que gosto muito, que trata sobre a pena de morte no estado do Texas. Um professor de filosofia e uma jornalista militantes contra a pena de morte é uma mulher que não pensa como essa cantora PoP afirmando que a força para criação está na vagina, mas em suas ideias, em suas ações. Esta militante no filme em uma conversa casual relembrando os tempos de universidade, conta para seu amigo que poucos homens a teve, nem havia completado ainda os dedos de uma mão. Sua fala foi a seguinte: "As vezes nos esforçamos tanto para não parecermos objeto sexual que deixamos de ser percebidas."

Essa frase dela me pegou com muita força. Na atual sociedade, a vagina da mulher, o sexo, o corpo são extremamente cultuados como objetos, mercadoria mesmo. O ente saiu da condição de sujeito para ser objeto e isto é bastante perigoso.

Os homens ocidentalizados afirmam o tempo todo esta condição subjetiva do ente enquanto que AS IDEIAS deixaram de existir abrindo espaço apenas para o exterior do belo tão banal. Não afirmo aqui, nenhuma concepção do platonismo para o povo, separação de Corpo e Ideia pura, mas de IDEIAS que sejam objetivadas em sujeitos, aqui colocada como o feminino, que consiga GRITAR: "SOU MULHER SIM, COM VAGINA, SEIO, COXAS, BOCA, MÃOS, BRAÇOS e sobretudo, IDEIAS, MAS NÃO IDEIA QUALQUER ...